02 janeiro 2012

Desenhos preparatórios I

Ultimamente tenho feito minhas perspectivas através de um processo um pouco mais longo, mas que vem me proporcionando muito prazer e segurança na execução, principalmente das aquarelas.
Após a modelagem em Autocad (ou outro programa gráfico) eu imprimo a vista selecionada e faço dois estudos, sobre a mesma base.
Primeiro, realizo todos os possíveis e necessários ajustes no desenho. Incluo qualquer item que não foi contemplado na modelagem, principalmente a vegetação. Feito isso, eu faço um estudo de sombras, definindo qual o melhor lado para ter incidência de luz e por consequencia em que direção estarão as sombras. Isso pode ser feito preferencialmente seguindo o norte do projeto em questão. Infelizmente isso nem sempre é possível - para o caso de uma fachada principal estar voltada toda para o sul, por exemplo. Nesse caso vale a pena manipular a imagem, e escolher uma das faces para receber luz direta do sol. Seria, como dizem, uma licença poética, perfeitamente cabível em um desenho de apresentação artístico.
O segundo passo é fazer um rápido estudo tonal e de cores. Isso pode ser feito em cima da própria base.
Dependendo do caso, eu uso marcadores ou lápis de cores para esse estudo. A vantagem dos marcadores é a velocidade e por ele criar áreas chapadas, que facilitam a leitura. Já o lápis de cor permite manter o grafite por baixo, sem perdê-lo.
Depois desse estudo eu parto para o desenho final. Eu tenho descoberto muita coisa com esses estudos, como balancear ou repetir cores, avaliar o peso das áreas sombreadas, enriquecer a composição, etc. Eu crio um requadro para os trabalhos nessa fase também.
Assim eu parto para a artefinal sabendo o que vou fazer, até onde posso ir, e ainda tenho uma idéia melhor das áreas que exigirão mais atenção e concentração. É útil também para colocar as cores no papel já no peso certo - isso porque na aquarela não é muito legal ter muitas sobreposições. Antigamente, minhas aquarelas eram muito 'lavadas' justamente porque as começava leves demais - agora eu já dou o peso certo ou pelo menos bem próximo daquilo que pretendia.
Neste post sobre o trabalho da Copema, eu falei um pouco sobre isso, mostrando alguns desses croquis iniciais.
Bem, seguem dois exemplos que ilustram um pouco desse processo, para o trabalho da Cia Marítima (ver esse post).



 E aqui, uma fachada do arquiteto Marcos Tomanik. Neste caso, eu me preocupei principalmente em chegar na cor exata exigida pelo cliente (sempre anoto a combinação de cores) e estudar as sombras.
Para as aquarelas do Sketch!Jazz eu também fiz esses estudos...
E no caso das aquarelas do Sketch!Jazz incorporei alguns sketches feitos nas próprias sessões, como esse:

Mais um caso, mostrando o sketch feito no local, o estudo tonal e a artefinal (artefinal escreve-se tudo junto agora?)

É isso. Oportunamente criarei mais posts como esse, mostrando meu processo de trabalho.
Abraços!!

9 comentários:

  1. Seus posts são sempre recheados de uma carga inestimável de aprendizado!
    Valeu Edu!
    Abraço.

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  2. acompanho seu trabalho, são muito bons. Parabéns e um ótimo 2012!

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  3. Valeu Mario! Ótimo 2012 pra vc tb!

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  4. Edu adorei essas dicas.Olha!! acho que vc tem que voltar aqui denovo para explicar essas coisas com mais detalhe.

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  5. Só marcar! Já sinto saudades de SL!

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  6. hi eduardo! Great post! Looking forward to seeing more of these.
    (sadly when I have to do a perspective sketch in the office I need have time for doing studies. Just a few hours from start to finish (including buidling a 3D model!!!)

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  7. Yes Liz, that's why architectural studios often ask me jobs - they never have time to it by themselves!! Thanks for you comment!

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