20 dezembro 2018

Hungary Trip IX - Őrség and Vendvidék: Orfalu.

No dia 18 de outubro, à noite, chegamos em Szalafő, um vilarejo pertencente ao parque nacional de Őrség, mas com estreita relação com Vendvidék, o 'país dos Vends'.
Szalafő é um localidade composta, na verdade, por 7 agrupamentos conhecidos como "szer". A pousada em que ficamos hospedados situa-se em um deles - "Csörgőszer".
A pousada 'Csörgő Vendégházak' (site) foi uma ótima escolha pois era próxima de todos os locais que eu queria conhecer, além de ter uma boa estrutura e ser aconchegante. O café da manhã era especialmente gostoso, trazido ao nosso chalé pela sra. "Lenke néni".

No dia seguinte (dia 19), seguimos para Orfalu. Eu estava emocionado, sentindo um misto de ansiedade, alegria e uma suave vibração interior. Saber que minha avó materna, nascera neste vilarejo há exatos 100 anos, era o motivo desses sentimentos. Deixamos o carro e começamos a caminhar pelas ruas de chão batido, próximas ao 'harangláb', o pequeno campanário visto nessas fotos e desenho. Esse tipo de construção é comum na região e tem uma função parecida com o campanário de uma igreja - o sino serve como alerta, indica as horas e outros eventos. Este é encimado por uma pequena cruz e tem uma base fechada.
Cecilia foi ao encontro de um senhor para perguntar sobre 'os Trajbers'. Minha bisavó chamava-se Teréz Trajber e minha avó Anna Trajber. O senhor foi simpático e disse não saber de mais nenhum Trajber vivendo nas cercanias, embora tenha dito que provavelmente viveram 'morro acima', apontando para uma colina. Eu estava muito entusiasmado, assim como minha companheira.
Sentamos então para um primeiro desenho do local. Enquanto eu desenhava, sentado no gramado, percebia a quietude daquele lugar. O vento às vezes soprava mais forte, fazendo remexer as árvores próximas...uma sensação intensa foi se apoderando de mim, quando pensei em minha avó. Foi inevitável me emocionar. Cecilia, carinhosamente me abraçou, enquanto eu me acalmava. Não era tristeza que eu sentia. Era, talvez, saudades.
Descemos a rua e paramos para mais um desenho rápido. Dessa vez retratamos o harangláb. Fiz um desenho realista, visando retratar com precisão as formas e proporções, enquanto Cecilia explorava com ousadia as manchas que aquarela provocava no papel.

À esquerda, o 'harangláb' de Orfalu e à direita a igreja de Apatistvánfalva
Mais tarde subimos de carro a colina indicada pelo senhor que mencionei antes. Exploramos mais profundamente a região, perguntando sobre minha família a quem pudéssemos encontrar. Cecilia, felizmente, estava comigo - evidentemente eu não teria condições de me comunicar facilmente com as pessoas.
Terminamos por conversar com um casal de velhinhos que nos convidaram para tomar uma pálinka. A vó desta senhora era Trajber. Mas ela não reconheceu nenhuma das fotos que mostramos, nem chegamos a nenhum vínculo familiar. Mesmo assim, foi muito interessante esse momento. Eles eram muito queridos.
Suavemente relaxados pela pálinka, Cecilia e eu caminhamos mais um pouco, muito animados.

Casal de simpáticos senhores que nos recebeu em sua casa.

Seguimos mais tarde à Apátistvánfalva.
Este vilarejo dista apenas 2 km de Orfalu, e é lá que se encontra a igreja das cercanias. Não foi difícil imaginar meus parentes caminhando, muito tempo atrás, entre uma vila e outra para ir à missa aos domingos. A igreja barroca, finalizada em 1785, domina a paisagem. É alta e robusta, com sua fachada principal escondida por grandes árvores.
Encontrava-se fechada naquela tarde de sexta-feira, o que não nos impediu de explorar um pouco o local. Eu me dirigi ao cemitério, para olhar as lápides, enquanto Cecilia falava com o padre, por telefone, na tentativa de encontrarmos documentos ou outras informações sobre minha família.

Foi um dia intenso e divertido em Vendvidék!

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On October 18, we arrived at Szalafő, a small village at Őrség National Park, with close relation with Vendvidék, the country of the Vends.
Szalafő is, actually, a set of seven tiny colonies, known as 'szer'. The inn we stayed at is at one of them - Csörgőszer.
The 'Csörgő Vendégházak' inn was a very good choice, as it was near to the places I wanted to go to, besides being very cozy. The breakfast was specially good, brought every morning by a smily "Lenke néni", the owner.

The Csörgő inn
On the next morning, we head to Orfalu. I was moved, feeling a mix of anxiety, joy and a gentle inner vibration. To know that my grandmother was born in that very place, a hundred years ago, was the reason of those feelings.
We left the car and started wandering around the village, near the 'harangláb', the small belfry seeing in the pictures and in the drawing above. This type of construction is typical in this region.
After talking to an old man, who pointed out where the 'Trajbers' (my relatives) used to live, Cecilia and I sat on the ground to sketch.


As I was sketching, I noticed how quiet the place was. Sometimes the wind blew stronger, shaking the trees nearby. A strong sensation took over me, when I thought of my grandmother. It was inevitable to get emotional. Cecilia fondly hug me, as I was getting calmer. It wasn't sadness...I just missed my grandmother.

We get down the road and stopped for another sketch. This time we sketched the harangláb. I did a more realistic kind of drawing while Cecilia explored the watercolor with freedom.
We went up the road where the old man told us where the "Trajbers" used to live. We explored the area, asking to anyone we saw, about my family. It was fun! I was glad Cecilia was with me - I would not be able to communicate, of course.
We eventually talked to an old lady whose grandparents were Trajber, but she didn't see any connection. Nonetheless, she and her husband invited us to come inside and offered us a pálinka (a local spirit). It was a great moment. They were very nice.
Feeling happy and a little relaxed by the pálinka, we walked around a bit more.

Then we head to Apatistvánfalva later.


This village is 2 km away from Orfalu and that's where the only church of the region is.
It wasn't difficult to imagine my relatives walking to attend to the Sunday masses a hundred years ago.
The church dominates the landscape. It was build in 1785 in Baroque style.
It was closed that Friday afternoon, but we spent some time around it, looking at the cemetery and sketching.

It was a great day at the Vendvidék!

Church at Apatistvánfalva

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