14 junho 2012

Rua Miranda de Azevedo

Acabei de escanear mais alguns...
Também foram feitos no último feriado. Havia esquecido como é penoso desenhar no frio...com vento gelado lambendo minha cara e endurecendo minhas mãos...bem, não estava tão frio assim, estou exagerando.
Faz tempo que eu queria desenhar exclusivamente uma árvore para estudar alguns aspectos de construção.
Escolhi essa, cuja cor vagamente lembrava um verde (que bom).


Fiz o primeiro estudo guiado somente pelo 'positivo' lançando as primeiras manchas de cor bem pálidas. Evitei ao máximo descrever a folhagem.

O segundo estudo foi feito totalmente pelo 'negativo' - o espaço de céu entre os galhos e folhagem. Logo percebi que o processo estava ficando 'enfadonho' demais, mas fui até o final. Desenhar pelo negativo das formas é um ótimo artifício para evitar a descrição, mas mesmo isso pode se tornar mecânico.

O último estudo foi uma mistura das duas abordagens. Lancei alguns negativos, mas sem me preocupar em 'copiar' o shape exato daquilo que eu estava observando - os usei apenas para demarcar algumas áreas. Logo passei para o positivo das formas e segui em frente. Aproveitei para testar alguns tipos de 'pinceladas' diferentes, usando uma ponta bifurcada de um marcador (frequentemente as pontas de alguns marcadores se dividem, soltam 'raspas', o que não é de todo mal!).
Enfim, foi bom testar e descobrir coisas novas.


Em seguida passei a desenhar um conjunto de pequenas construções do outro lado da rua - nem precisei me movimentar. Acredito que uma delas deva ser dos anos 1930, por ai. Mantém muito das suas feições originais, como a proporção elegante. Deve ter sido construída como um pequeno armazém. Muito simpática.
Segui pelo mesmo caminho: um grande 'layer' abrangendo tudo, que foi gradualmente esculpido até pequenas formas. Me perdi um pouco quando adicionei a fiação elétrica da rua, pois usei uma caneta muito escura. Tive que mexer muito ali depois. Por conta disso acabei abaixando alguns outros tons do desenho. Veja como uma coisa puxa a outra, e como é muito fácil se perder no caminho.
Após conversa com o Mauricio Takiguthi mexi ainda mais um pouco. 'Abri' algumas massas, suavizei alguns tons, e acho que consegui ajustar algumas coisas.
Enfim, gosto do reultado, mas foi um processo um pouco tortuoso. Pode ser mais simples. "Efortless".

3 comentários:

  1. Eduardo, o trabalho está fantástico. Você foi aplicando as massas de cor diretamente sem uma estrutura no lápis? Ou você desenhou algo antes?

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  2. Olá Gustavo,
    Valeu!
    Exato...comecei direto com grandes manchas e as fui diminuindo pouco a pouco, sem base de desenho por baixo.
    Abraço!

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