Um dos donos da lojinha a qual desenhei a vitrine nos convidou para ir até o terraço de cobertura de um prédio recém construído às margens do santuário. Chegando ao local nos demos conta do que tínhamos pela frente: um panorama vasto com um milhão de pessoas reunidas na missa que o Papa Francisco presidia. Incrível! Ficamos fascinados e ansiosos como crianças.
Mas mal deu tempo de apreciarmos com calma e todos nós já estávamos a postos, desenhando. Eu percebi que o sketchbook não teria tamanho suficiente para tanta grandeza e resolvi assim fazer uma aquarela, em 3 partes, já que havia levado meu bloco de Saunders Waterford na mochila (felizmente!).
Desenhei muito rapidamente as linhas gerais à lápis, marcando a monumento da cruz em um extremo e a basílica antiga em outro. O que havia no meio era uma massa gigante de pontos e cores (a multidão) e manchas verdes (as altas copas das árvores que margeiam o recinto). O céu azul unificava tudo. Foi isso que procurei pintar. Passei momentos de puro êxtase salpicando aquarela colorida no papel encharcado e vendo o resultado disso mimetizar a multidão. Adorei executar um belo céu (tenho receio de pintar céus). Respirei fundo ao pintar a cruz, com cuidado. Apliquei camadas de tinta verde com vigor, usando o spray com água para 'abrir' as bordas e vê-las se transformando em folhagem das árvores. Música sacra era o tema de fundo.
Bem, essa foi a sensação que eu tive lá. De pura imersão, principalmente no início e meio do processo. Quando vamos chegando ao final do desenho, já percebe-se a voz do 'Eu Crítico' começando a querer 'avaliar' o resultado. Mas tudo bem, foi uma experiência incrível.
Agradeço ao rapaz que, generosamente, nos fez o convite, e nos proporcionou essa oportunidade.
Do mesmo prédio, dois andares abaixo assistimos ainda o Papa Francisco passar com seu Papa-móvel bem pertinho.
Quanta alegria no ar!
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