29 novembro 2009

Influências e Inspirações - Parte 03 - Frank Lloyd Wright

Logo quando entrei na faculdade tive contato, assim como todo estudante de arquitetura, com a obra de Frank Lloyd Wright. E associado ao nome, vem a sua mais famosa obra, a Fallingwater, ou Edgar J. Kaufmann House. Um ícone da arquitetura do século XX e um ponto de partida para uma paixão pela obra desse grande mestre. E com o conhecimento da arquitetura dele veio a identificação com seus desenhos, principalmente depois que eu comprei um livro chamado Frank Lloyd Wright Drawings, by Bruce Brooks Pfeiffer (isso já no 4 ano da faculdade). Esse livro é uma compilação dos desenhos de toda a carreira de Wright, dos croquis de estudo às perspectivas de apresentação.
 
Perspectiva feita no meu primeiro estágio, 1995.
Perspectiva para trabalho da faculdade.
Quando pensei na influência que esses desenhos tiveram sobre mim, me veio à cabeça a maneira de fazer céus, gramados ou sombras, através de traços feitos à régua. Desenho linear levado ao extremo, ou seja, linhas até pra preencher áreas. Eu fiz isso em várias ocasiões – eu achava uma forma rápida de dar acabamento.
Hoje eu vejo que essas áreas todas feitas com traços à régua são úteis, além da velocidade de preenchimento, para 'chapar' uma área. Por exemplo, quando FLLW cobre uma montanha toda com tracinhos na vertical, acaba 'juntando' tudo visualmente e assim torna a leitura da imagem mais limpa. E através da direção dos traços enfatiza a horizontalidade (característica de sua obra), ou a verticalidade, quando é conveniente. (
veja este desenho)

Prancha da minha tese de graduação
Outro aspecto que talvez eu tenha incorporado nas minhas perspectivas foi criar molduras no desenho, com o próprio desenho. Por exemplo, quando um céu forma uma caixa atrás da casa e assim 'solta' a construção do papel. Esse tipo de emolduramento enriquece muito o trabalho.

Preciso fazer isso mais vezes, embora em uma ocasião eu tenha feito em um empreendimento e o incorporador não comprou a idéia. Ele disse: "porque você não foi com o céu até o fim? " Balde água fria... Mas de certa forma ele tinha razão – se achou alguma coisa estranha é porque havia alguma coisa que eu não soube transmitir. Frank Lloyd Wright saberia.

27 novembro 2009

Influências e Inspirações - Parte02 - Frank Lloyd Wright

FLLW adorava desenhar. Sentia-se seduzido pela folha de papel em branco, com a mão cheia de lápis de cores, como gostava de dizer.
Afirmava que nunca sentava para fazer um croqui sem ter a idéia pronta na cabeça. Dessa forma não ficava rabiscando no papel aleatoriamente, sem que cada traço tivesse um pensamento por trás, um sentido, um objetivo. Isso durante a fase de concepção de projetos.

Uma vez que o projeto estivesse resolvido, Wright costumava instruir seus desenhistas sobre como gostaria de mostrar o projeto para os clientes, escolhendo o tipo de vista, o ângulo, etc. Certamente, pelo volume de trabalho que seu escritório tinha, o próprio FLLW não conseguia ele mesmo fazer todas as perspectivas, mas depois que a base do desenho estava pronta ele freqüentemente finalizava a perspectiva adicionando cor, vegetação, sombras e pessoas, ou seja, dando o 'molho' na imagem.

Nas imagens acima, a elevação foi certamente feita por ele próprio, enquanto que a perspectiva foi feita por algum de seus desenhistas, com o toque pessoal de Wright na vegetação.

Alguns detalhes arquitetônicos difíceis eram elaborados pelo próprio arquiteto, diretamente nas perspectivas. No elegante desenho acima vemos facilmente a mão do Wright, que gostava muito da arte oriental, nas ondas do mar.

A imagem acima foi feita inteiramente pelo próprio Wright, em uma época em que seu escritório estava bem mais enxuto.


Nessa perspectiva interna do Guggenheim, o arquiteto, ao ver o desenho pronto realizado por um de seus aprendizes tomou seu lápis e desenhou o io-io na mão da criança, dizendo que "nós, apesar de todo esse trabalho, nunca devemos perder o bom humor".

Estas são imagens extraídas do livro Frank Lloyd Wright Drawings, by Bruce Brooks Pfeiffer, uma ótima opção para quem quiser conhecer mais a fundo a obra dele.

No próximo post eu continuarei o assunto do FLLW, postando alguns desenhos meus também.

24 novembro 2009

Influencias e Inspirações - Parte01

Este blog era para ser apenas um portifólio on-line, que substituísse a difícil tarefa de atualizar meu site principal, que apesar de ser muito bacana, foi feito em flash. Assim, eu queria postar apenas trabalhos profissionais, mas com o tempo fui me dando algumas liberdades e hoje tenho postado muitos desenhos pessoais também. A divisão por técnicas tornou a navegação fácil para quem quer ser objetivo.

Ontem tive uma idéia para uma seqüência de posts aqui no blog. Quero falar sobre as influencias e inspirações que me levaram a adotar o desenho como forma de trabalho e como diversão.
Antes de tudo, foi a paixão por desenhar que me direcionou à Arquitetura. E a faculdade me deu muita base para fazer perspectivas inicialmente como 'bico' e depois, como trabalho definitivo.

Então vamos lá: minha primeira influência no mundo do desenho foi, adivinhem? Meu pai.
Meu pai desenha muito bem, e costumava fazer desenhos em papel carbono para cada um dos filhos ter sua cópia para colorir. Imagina que legal? Muitas vezes ele não nos deixava ver o que estava fazendo (ele desenhava 'de cabeça'), e a expectativa e a surpresa eram tantas que segurava a atenção de 3 crianças por horas. Graças à minha mania de colecionar coisas, tenho muito desses desenhos guardados, e aqui está dois deles.



No próximo post, falarei sobre Frank Lloyd Wright, o gênio que me encantou desde o começo da faculdade com sua arquitetura e desenhos fantásticos.

22 novembro 2009

Meu Quinto Sketchcrawl

Sábado foi dia de Sketchcrawl! Esta foi a vigésima quinta edição do evento mundial de ilustradores, que acontece no mesmo dia, em todos os cantos do mundo. Aqui em São Paulo, o evento foi marcado no Museu do Ipiranga, um belíssimo lugar, tanto pela arquitetura do edifício (excetuando-se sua cor ocre forte demais) quanto pelos jardins em estilo francês.
Eu fiz apenas 3 desenhos: aquarela, grafite e marcadores. Gostei mais do grafite, pela composição e por ter conseguido captar tudo o que eu queria.
O dia estava meio feio, mas fez muito calor e eu acabei queimando só o lado direito do meu corpo (pela posição em que eu fiquei desenhando)...coisa de caipira. Caipira paulistano.


16 novembro 2009

Tomanik - Perspectiva dessa vez

Perspectiva em aquarela feita para o escritório do Marcos Tomanik. Normalmente eles me pedem fachadas, mas neste caso foi necessário fazer uma perspectiva, pois tratava-se da reforma da sede de um clube, o que levou a ser feito um desenho mais elucidativo da proposta.
Fizemos modelagem em 3D do projeto antes de partirmos para o desenho final. Dessa vez fui mais ousado nas pinceladas...

10 novembro 2009

Marcos Tomanik – Nova Fachada em Aquarela



Fachada em aquarela, formato aproximado 57 x 20cm. Neste caso, como a residência é bastante horizontal, tive que trabalhar com vegetação em primeiro plano e palmeiras imperiais, aumentando assim a 'altura' da imagem. Os ipês-amarelos foram interessantes para contrastar com o tom azulado da pintura. Eu costumo fazer as sombras bem azuladas pois me parece melhor do que utilizar cinzas e pretos na aquarela.
Cerca de 3 dias de trabalho.