25 abril 2011

Desenhos do feriado - A Pompéia

Passar um feriado em São Paulo pode ser bem agradável. Tempo ótimo, sossego e bons amigos por perto.
Eu aproveitei para desenhar bastante pelas ruas do bairro. Na quinta-feira eu dei uma escapada já meio tarde, por volta das 16:30hs. Fui andando rapidamente para procurar um local novo para desenhar, mas acabei indo para um lugar já 'explorado' anteriormente - o Morrão, ou Praça Diogo do Amaral. Há uns meses eu fiz uma aquarela lá.




Dessa vez eu comecei com nanquim, sem saber muito bem qual rumo o desenho iria tomar. Acabou ficando tarde, e eu me distrai com as belas luzes do por do sol, que me levaram a fazer uma aquarela rápida no pequeno bloco de Arches. Na sexta-feira à tarde retornei à praça e finalizei o desenho. Foi a primeira vez que eu fiz um desenho em duas sessões.
Sobrou tempo ainda para mais um estudo de céu. Esses estudos foram feitos direto no pincel, sem desenho de base - não haveria tempo para isso. A luz mudava muito rapidamente.


No sábado de manhã eu sai com um objetivo: fazer um desenho de um esquina interessante que eu havia observado há um tempo. Gosto da maneira como a rua sinuosa se encontra com a ladeira. As paredes da casa desgastadas pelo abandono, os postes tortos, a fiação elétrica, e a rica volumetria da construção  tornam essa esquina um tanto pitoresca. Perfeita para uma aquarela.


Foi gostoso conversar com alguns moradores do local. Com um deles compartilhei a simpatia pela construção, que disseram ter mais de 50 anos...Uma moça tirou até fotos do desenho! Fiquei contente.
No final da aquarela, eu já estava cercado de crianças, que morriam de curiosidade para ver tudo o que eu estava fazendo, para ver o meu material de trabalho...Quando um deles ameaçava mexer nos tubinhos de aquarela, o outro gritava: "Não pode mexer em nada!! É só pra ver!!"
Foi um feriado delicioso.

These drawings on the Urban Sketchers blog.

16 abril 2011

31º Sketchcrawl

Minha participação nessa edição do Sketchcrawl, evento mundial de desenhadores, foi solitária e rápida.
Por conta de uma gripe(zinha) e de uma enxaqueca de última hora, eu adiei minha saída de casa até às 16:45, quase empurrado pela minha mulher. Caderno e duas canetas nanquim na mão, fui bem perto de casa e achei um ponto interessante para desenhar: uma esquina típica do bairro, com uma casinha singela e uma ladeira para servir de desafio. O que me atrai nas ladeiras é conseguir representar os planos inclinados e dar a sensação de desnível e profundidade.
Fiquei cerca de uma hora desenhando, passei na locadora e agora vou ficar 'de boa', assistindo 'A Origem', deitado no sofá, e esperando o sono chegar.

15 abril 2011

Marca d'água

Galera, apartir de agora minhas imagens vão aparecer neste blog assim:

Infelizmente tive que tomar essa atitude, pois usaram um imagem minha indevidamente. Achava que isso nunca ia acontecer, mas aconteceu. Ingenuidade da minha parte.
Acho uma merda ter que 'sujar' uma imagem com uma marca d'água assim, mas não tem jeito.
Ainda não sei se essa será a forma final dela, mas será por ai. E dá-lhe voltar post por post e ir subistituindo cada imagem. As perspectivas acho que não vão precisar de marca d'água, mas de qualquer forma vou colocar numa resolução tosca.
Pena. Adoro ver nos trabalhos dos outros uma boa resolução, pra ficar observando os mínimos detalhes, a maneira como foram feitos, etc. No meu caso isso acabou.
Fuck.

08 abril 2011

1.500 Ilustrações

EBA!
Há alguns dias fiz minha 1.500º ilustração!
Em 2002 eu resolvi começar a contabilizar meus trabalhos. Mania de colecionador.
Inclui na conta todos os trabalhos relacionados à arquitetura, como plantas baixas, fachadas e, é claro, as perspectivas. Desse total acredito que 90% são perspectivas. Com o tempo inclui alguns outros trabalhos não relacionados diretamente à nossa área, como os recentemente acabados desenhos científicos de otorrinolaringologia (em breve postarei).
Constam na somatória todos os trabalhos que envolveram algum uso comercial das imagens, quer seja em escritórios em que fui estagiário, quer para projetos próprios. Não entraram os desenhos de observação e nem trabalhos de faculdade.
A milésima perspectiva foi bastante comemorada. Na época eu imprimi a lista e fiz uma contagem regressiva junto com o pessoal.
A de número mil foi de um projeto do Roberto Loeb, se não me engano um desses desenhos aqui.


A 1.500º foi de um trabalho simples, tranquilo e muito agradável de fazer. Usei marcadores e, devido ao prazo curto (e natureza da contratação), segui uma linha mais 'sketch' (?). Foi um dos desenhos abaixo, não sei bem ao certo qual deles.


Enfim, foi um longo trajeto até aqui...muitas e muitas horas de desenho. Há cerca de um ano eu terminei de escanear todas as xerox que eu tenho guardado em pastas e mais pastas. Foi engraçado rever alguns trabalhos toscos lá do início, principalmente quando eu matava meus desenhos com 'escalas humanas' horrorosas. Foi legal rever como eu fui passando de técnica em técnica, começando pelo grafite, lápis de cor, marcadores e por fim, aquarela. Rever os desenhos que eu montava totalmente na prancheta, e rever aqueles onde eu comecei a usar modelagens 3D. As primeiras aquarelas entregues profissionalmente...
É muito legal ver como se pode evoluir em 17 anos de carreira. Mais legal ainda foi achar um orçamento feito em 1994, para uma decoradora, onde eu cobrei R$ 25,00 cada perspectiva (sei lá se já era Plano Real, ou Cruzados, ou Réis, mas o que importa é que era uma micharia).
Agradeço a minha primeira chefinha, Maria Inês Fiasch, que me ensinou o be-a-bá do desenho arquitetônico.

Agradeço a Simone Borgas, uma das minhas primeiras clientes, e os 70 desenhos que fiz pra ela até hoje.
Agradeço a Patricia Anastassiadis por tudo o que aprendi lá dentro, e pelas 166 perspectivas feitas.
Agradeço a Luciana Teperman, pelo carinho e respeito que sempre me tratou, e pelas mais de 100 perspectivas.
Agradeço ao Toninho Scarpa (47 desenhos), cara bacana.
Agradeço ao Edu e Vicente de Castro Mello (29 desenhos).
Agradeço ao Marcos Tomanik e Sylvia Chaves (68 desenhos) , que mais recentemente, tem me proporcionado só satisfação pelos belos trabalhos que temos desenvolvidos juntos. Quanta admiração eu tenho por eles! E quanto respeito eles tem por mim!
Agradeço a todos os clientes que me confiaram seus projetos.
Agradeço também a todos os amigos e colegas de profissão. Camilo Rebouças, lembrei de você nesse momento, que me ensinou pacas. Lembro do meu último dia de trabalho na Anastassiadis quando, com muita paciência, você me ensinou um pouco sobre modelagem 3D.
Agradeço a turma que me ajudou nesses anos: Leandro Robles, Cassio Oba, Caio Nagano, Fernanda Vaz de Campos e principalmente Marcelo Salvagni, com quem aprendi pra caramba também.

Enfim, agradeço ao meu pai, que despertou a paixão pelo desenho em mim.

O post foi para um caminho que eu não esperava...

UFA!

Abraço a todos.

10º e 11º Aulas do Curso de Valorização Artística de Projetos

Olá! Depois de alguns dias de pauleira por aqui, finalmente falarei rapidamente sobre as duas últimas aulas do Curso. Os alunos fizeram uma montagem simples de perspectiva com dois pontos de fuga, partindo da base da mesma loja das aulas anteriores. Após uma breve demonstração de montagem de perspectiva e composição de contexto, todos puderam passar um tempo montando seus próprios desenhos por cerca de uma hora. O pessoal me surpreendeu e abusou da criatividade, a ponto de eu ter que conte-los um pouco - afinal o curso não é de projeto arquitetônico e sim de ilustração... Mas foi ótimo ver como cada um segue caminhos diferentes. Um ponto interessante dessas últimas aulas é que tivemos que achar soluções diversas para cada problema. As diferentes volumetrias levaram, por exemplo, à mudarmos a posição da luz solar em alguns casos.
Cada aluno pode escolher as cores para seu desenho, e chegamos a usar um belo 'Crinsom Red' em dois dos trabalhos. Enfim, está sendo muito bacana a troca de informações e experiências entre todos. As nossas manhãs de sábados tem sido deliciosas, não só pelo pão-de-queijo e bolinho de cenoura do 'coffee break'.

Um dia eu decidi que nunca deixaria de ilustrar um post.  Portanto, segue um desenho bem antigo, mas que eu gosto bastante. Perspectiva com dois pontos de fuga, feita na raça e à mão.


Podia ter algum prédio um pouco mais alto no fundo para quebrar a horizontalidade da imagem. Os carros também são mal desenhados e falta uma vegetação, convenhamos. Mesmo assim, acho que ficou bacana o efeito do branco sobre o papel colorido. Esse desenho também tem uma história curiosa: minha prancheta ficava ao lado de uma janela, que dava para um terraço. E não é que, naquele sábado de manhã, a faxineira resolveu 'lavar' os vidros pelo lado de fora? Eu digo 'lavar' mesmo, com mangueira. Bom, a janela estava fechada, óbvio. Mas isso não impediu que entrasse água pelas frestas. Pânico. Pingos para todo lado...E olha que eu não manjava nada de Photoshop naquela época! Eu respirei fundo por 50 vezes enquanto olhava os pingos secarem. Ficou tudo bem...para o bem da mocinha.
Esse não foi o único acidente com água em meus trabalhos, mas a outra história (bem pior) fica para uma próxima...